Resumo livre de artigo científico.

Ultrassonografia – US

… tem sensibilidade limitada para detectar esteatose menor que 20% ou em obesos com IMC > 40 kg/m².

Estudos revelam boa concordância entre a classificação por US e o exame histopatológico, além de sensibilidade de 89% e especificidade de 93%, no entanto, não é possível diferenciar a esteatose de esteato-hepatite não alcoólica (EHNA).

Elastografia

Método que utiliza a medida da velocidade de propagação de ondas ultrassonográficas que atravessam o fígado para quantificar a fibrose hepática: quanto mais enrijecido o fígado, em função da evolução da fibrose, maior será a velocidade de propagação das ondas. Assim, com base na velocidade de propagação do som, é possível diagnosticar o estágio da fibrose pelo grau de rigidez do tecido hepático

Existem vários tipos de elastografia por US, sendo as principais para o estudo hepático a TE, a 2D-SWE e a p-SWE.

TE – Elastografia Transitória

É dedicada exclusivamente à análise da fibrose hepática, sem outras finalidades diagnósticas, já que não é um equipamento de US convencional.

O CAP é uma ferramenta relacionada ao aparelho de TE, empregada para quantificação de esteatose hepática. As medidas realizadas pelo CAP são fornecidas em dB/m e seguem o mesmo padrão de aquisição das adquiridas pelo FibroScan. Um estudo realizado com pacientes com sobrepeso e obesos portadores de doenças hepáticas crônicas demonstrou sensibilidade e especificidade, respectivamente, de 76% e 79% na detecção de esteatose envolvendo menos que 10% dos hepatócitos (214–289 dB/m), 85% e 79% para 11–33% de acometimento hepático (233–311 dB/m) e 83% e 79% para 67–100% (266–318 dB/m).

p-SWE – point share wave

Um pulso acústico (acoustic radiation force impulse – ARFI) é aplicado numa região de interesse, escolhida pelo operador e, diferentemente da TE, não necessita de estímulo vibratório, tornando a medida mais precisa e com menos variação interobservador e maior reprodutibilidade.

Conforme a esteatose progride para fibrose, a rigidez do órgão aumenta, de modo que a velocidade de propagação das ondas de cisalhamento será maior. Além disso, por ser uma técnica acoplada ao equipamento de US convencional, é possível avaliar o fígado morfologicamente (modo-B), realizar o exame de Doppler hepático, além de evitar áreas como vasos e outras estruturas que podem comprometer o procedimento, e distinguir áreas enrijecidas de preservadas ao se utilizar escala de cinza ou colorida, permitindo, portanto, uma avaliação mais global do fígado quando comparada à técnica de TE

… uma metanálise realizada com 518 pacientes mostrou correlação entre os resultados da p-SWE e a biópsia hepática, com acurácia de 87% para fibrose F2, 91% para fibrose F3 e 93% para fibrose grau F4

2D-SWE – 2D-shear wave elastography

Na técnica 2D-SWE são realizadas múltiplas medidas com técnica ARFI em um grande campo de visão, que pode ser realizado com uma única imagem em tempo real.

Em pacientes com hepatopatias crônicas, a técnica 2D-SWE mostrou acurácia maior, quando comparada à técnica TE, na detecção de estágios iniciais e intermediário de fibrose


Fonte de referência
Silva LCM, Oliveira JT, Tochetto S, Oliveira CPMS, Sigrist R, Chammas MC. Análise da elastografia por ultrassonografia em pacientes com esteatose hepática. Radiol Bras. 2020 Jan/Fev;53(1):47–55. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-39842019005019102&script=sci_arttext&tlng=pt